sábado, 3 de outubro de 2009

SOMOS EDUCADORES



É interessante que até hoje muitas pessoas da comunidade cobram dos profissionais em Educação uma postura de pai, psicólogo, babá, vigia e outras funções. Não é de se espantar, uma vez que alguns dos nossos colegas se comportam de tal forma, não sabendo eles que essa postura profissional só tem atrapalhado nosso trabalho e nossa luta por igualdade, condições de trabalho, valorização, respeito do poder público em relação a nossa categoria.

Talvez, no desespero para que tudo saia da melhor forma, alguns dos nossos colegas absorvam papéis que não são seus, acumulando funções que não têm condições de exercer, como no caso de assumir a função de psicólogo. Para agir como psicólogo é preciso ter estudado a fundo a psicologia, a psicanálise. Não podemos exercer funções que não nos competem, pois não estamos preparados para isso, só o profissional capacitado na área.

Recentemente tive um embate ferrenho com dois colegas, sobre o assunto e eles ficaram perplexos em determinado momento por falar que o professor é um profissional como qualquer outro e que ele vendia sua mão de obra como qualquer outro profissional. Foi um espanto enorme para eles, só faltaram me chamar de mercenário, e por mais que eu tentasse explicá-los que isso não tem nada a ver com a questão de fazer seu trabalho com dedicação, carinho, competência e amor.

Trabalhar com o saber requer muita dedicação, estudo constante, perseverança, esperança e acima de tudo muito amor, mas não podemos confundir as coisas. Cobrar seus direitos como profissional, lutar por condições melhores de trabalho e lutar pelo um piso salarial digno é um direito do profissional em Educação.

Devemos ter muito cuidado com os discursos que tentam nos sobrepor, com obrigações que não nos competem. Nosso trabalho é árduo, diário e permanente. Cuidar da questão do Ensino-Aprendizagem não é fácil, é um processo lento e contínuo, que somente com o tempo serão colhidos belos frutos.

Os pais têm seu papel fundamental dentro da Educação dos seus filhos, na sua aprendizagem e no seu desenvolvimento, assim como o Estado deve cumprir com a sua obrigação oferecendo condições dignas de trabalho, merenda escolar para os alunos, valorização dos profissionais em Educação. O professor por sua vez deve ser o mediador do conhecimento, percebendo se alguma coisa está atrapalhando o processo de Ensino-Aprendizagem dos seus alunos. Caso haja algum problema, deve encaminhar esse aluno às pessoas e profissionais competentes, nunca absorver função que não lhe compete.

2 comentários:

Anônimo disse...

Seria interessante se seus colegas que ficaram abismados com seu ponto de vista se informassem mais sobre o Palel social do educador....http://www.artigonal.com/educacao-artigos/o-papel-social-do-educador-655699.html

Anônimo disse...

O nosso modelo de educação deveria ensinar os jovens a criticar e filtrar suas emoções(...)A falha não está nos professores,mas no sofismo do poder público;A educação ensina os jovens a resolver problemas de matemática,mas não seus problemas existenciais.Ensina-os a enfrentarem as provas escolares,mas não as provas da vida:as rejeições,as agústias,as dificuldades.Ensina as regras da língua,mas não a dialogar.a nossa educação está em crise,não forma pensadores.